6 de dez. de 2009

A desenhista


Seus dedos compridos e finos pareciam tensos e contraídos diante do desenho que ela segurava enrolado em sua mão.
Ela era uma artiste feliz.
Não possuía muitos bens materiais, mas tinha sua liberdade, a vontade de sempre querer pintar o belo, vivia em paz consigo mesma.
Uma moça havia parado na sua frente.
Aos poucos o papel em branco ganhava alguns traços feitos em giz preto, suaves e simples.
O rosto tomava forma no papel; a moça ali parada esperava que a desenhista finalizasse o desenho.
Sentada no seu banquinho de madeira clara, a garota desenhava tranquilamente, tentando passar para o papel toda a sutileza dos traços da mulher.
Os cabelos foram desenhados, risco a risco, fio a fio.
As sombrancelhas arqueadas minuciosamente sobrepostas em cima dos olhos puxados.
Os finos lábios foram desenhados e mantido em tom de cinza claro, já que eram rosados.
Desenhou o colar que ela trazia no pescoço.
Arrematou as margens do papel.
Deu uma pequena assinatura no canto inferior direito, enrolou o papel e entregou a moça.

Um comentário:

Anônimo disse...

Tão singelo quanto o amor...
..tão claro quanto a felicidade..
adoro sempre(DD).