9 de dez. de 2009

Sem as mãos dadas


Ele não deu tempo para que eu dissesse o quanto era especial pra mim. Suas mãos se soltaram das minhas como a linha de uma pipa que se arrebenta com o vento forte.
Não sei o que foi.
Ele se foi, correndo e sem olhar pra trás.
Talvez fosse medo, ou talvez fosse ciúmes; ou talvez os dois. A cena não saía da minha cabeça e eu tentava imaginar o porque do rumo que as coisas tomam de repente. Eu senti sua falta durante a noite. Desliguei o celular e me pus a pensar sozinho numa forma de vê-lo e abraçá-lo. Era isso que eu queria.
Amanheceu e eu acordei estranho. Cansado, pela noite mau dormida.
Levantei, lavei o rosto e comi uma coisa qualquer.
Aconteceu que mais uma vez a chuva caiu fina e fria, do jeito que faz a gente lembrar o quanto é bom ter alguém ao nosso lado pra deitar abraçado e ver filme.
Isso me fez ter um sorriso instantâneo. E ao mesmo tempo fez o sorriso se desmanchar, foi apenas um pensamento de algo que não iria se concretizar agora.
Da janela do meu quarto eu olhava a copa da árvore da frente molhada, respigando as gotículas de sereno e balançando por causa vento frio.
Era o que me restava fazer.

2 comentários:

Anônimo disse...

continuação do post:
...fazer, por enquanto porque um dia eu teremos a certeza que a chuva vai passar, o dia vai nascer e o sol vai brilhar. E não estarei sozinho. Estarei do lado dele. Olhando o sol. De mãos dadas.

Palavras de um coração ciumento por demais, Rs.
(D)

Wellington Cadinelli disse...

Eu entrei no texto. Senti a chuva, vi a árvore e fiqei triste como você estava =/