23 de dez. de 2010

Do autor.

Com fones no ouvido e a música correndo, eu tentava entender o que se passava comigo; por que eu nunca mais gostara de ninguém ?
Será que meu coração havia secado ? Ou meus olhos cansaram de fabricar lágrimas ?
Eu tentava sabe, conhecia alguém, mas algum breve tempo depois o encanto sumia. Meu coração de pedra (?) não deixava ninguém passar. Ah, eu sentia vontade sim de estar com alguém, não ter, mas estar. 
Poder dizer que ia sair acompanhado no final de semana, ou que ia passar a tarde abraçadinho vendo um filme, mas vai saber, eu não dizia isso porque simplesmente nunca deixava ninguém se aproximar demais de mim. Involuntariamente, mas não sabia se era medo ou se era egoísmo. As vezes podiam ser os dois juntos, um misto.
Mas até hoje não descobri.
O tempo foi passando, passando bastante até e eu nem sei se um dia eu vou deixar de ser ímpar e se vou deixar alguém se aproximar de mim, é tanta coisa, que eu tenho vontade de passar por cima e deixar pra lá essas coisas que me fazem ser assim.
Pretendo sim deixar de me envolver com as pessoas que me divertem e me envolver efetivamente apenas com a pessoa que me satisfaz.

7 de dez. de 2010

Arco Íris

Suas asas estão ruflando
E nem me despedir eu tive tempo 
Sobre o arco iris ela pairava e
Ia embora sem nem me avisar antes 
Mande noticias ou olhe por mim
Sem respeitar a ordem natural das coisas
Ela partiu
Meus olhos estão molhados
Meu coração estilhaçado
Sentirei sua falta
Jovem sorriso não mais o verei
Sorria por mim
E sonhe em me encontrar um dia de volta
Quem sabe
Queria eu voar sobre o arco iris com ela
Ou quem sabe
Queria eu que ela caminhasse sob ele comigo então
Rufle suas asas
mas não esqueça na alturas meu coração se foi contigo.

5 de dez. de 2010

Velhos Discos

Eu olho pra estante e vejo algumas fotos
Vejo alguns velhos discos na parte debaixo também
E ainda escuto as melodias tocando
Lembrando de tudo que fiz e senti enquanto tocavam
Me sento no sofá e fecho os olhos
Ao que tudo indica o tempo passou
Houveram mudanças
O vento passou 
Deixou todas as folhas do jardim reviradas
Secou todas as poças que a chuva fez
Sacudiu todas as flores
E carregou algumas pétalas
Na sala eu ainda permaneço sentado
Um papel na mão e um lápis e tenho um diário
Um dos discos ainda roda... 
E as fotos; ah as fotos permanecem lá também
Tão imóveis que o vento nem tocou nelas
Apenas nelas.

3 de ago. de 2010

Castelo

Lembra de toda a areia ?
E as ondas quebrando ao pé de tudo ?
De todas flores que me ajudou a regar no jardim.
O Jardim
Belas flores
Flores amarelas
Viradas pro chão agora.
Flores viradas ao chão
Da janela do meu castelo. Você debruçou nelas um dia pra olhar minhas flores amarelas.
Mortas.

12 de jul. de 2010

Não

Quebrado 
Quebrado 
Sentado encolhido num cantinho 
Ele deixava seus olhos lavarem a face 
Molhadas, caíam repetidamente 
Sem parar 
Sem parar 
Chorava, chorava 
Se foi e não volta mais 
Não volta mais, oh não volta mais.

2 de jul. de 2010

Subjetividade Objetiva

Sinto suas mãos deslizando pelo meu corpo.
Sua boca ansiando por algo que eu talvez esteja querendo realizar;
Seus olhos atentos
Procurando qualquer movimento que eu possa fazer,
Ou esperando qualquer ação que eu possa tomar,
Seu desejo crescente de me abraçar,
Seu medo latente de eu rejeitar,
O meu desejo constante de gritar,
Minha unha voraz a arranhar,
Meus olhos doces o encaram,
Suas mãos macias, ainda deslizam no meu corpo.
Nossos corpos tão pertos.
Nossa respiração ritmada e conjunta.
Não me tire daqui. Não saia daqui.

15 de jun. de 2010

Realidade Fria


De mãos dadas andavam 
Pela rua retilínea, longa... 
Sozinho despertava  
Na realidade fria; 
Seguia pulsando
E eles caminhavam juntos 
E ele observava parado,
pulsando desritmadamente
Duas gotas seguiam contornando as curvas de seu rosto 
O olhar desinteressado dela davam mais forças pra elas 
Descerem contornado seu rosto 
Desritmava mais ainda aquele que devagar pulsava sozinho 
Sentado sozinho com uma taça na mão tentava apagar da memória o que marcava no peito. 
Um gole mais e um golpe do vento no rosto
Jogavam-nas pro chão aquelas que seu rosto contornaram por alguns minutos...
Desritmado e sozinho, ele ainda pulsava.

7 de jun. de 2010

Pequeno Ensaio da Vida.

Esconda-me seus amores, paixões e sorrisos
E se esconderá do mundo.
Dê-me seu coração
Abra sua mente.
Liberte seus sorrisos e te darei minhas mãos.
Seja dono de suas paixões e serás dono de si mesmo.
Ame os seus amores
E conhecerás a real beleza do mundo.
Seja simples e serás você mesmo.

8 de abr. de 2010

Pouco Tempo

Me mande os seus postais
Tenho quatro minutos apenas.
Me mande as suas cartas
Quero rasgá-las.
Me mande seus beijos
Não quero recusá-los.
Me abrace
Tenho três minutos apenas.
Me abrace de novo.
Tenho dois minutos apenas

24 de mar. de 2010

O que há com as pessoas ?

O que há com as pessoas ?
Falta de pensamento no todo; 
Ou sobra de pensamento em sim mesmo ?

O que há com as pessoas ?
Pessoas morrem por falta de assistência
E ela preocupada se a calça nova ficou certa no corpo
E ele preocupado com o perfume importado...

O que há conosco ?
A água do mundo seca 
E o jardim da sua casa permanece sempre úmido
A fonte da praça jorrando.

Onde estão as boas maneiras e a boa educação dos colégios particulares ?
O lixo no chão
A falta de gentileza
A falta atitude
A falta alimentos
A sobra de egocentrismo

O que há com as pessoas ?

20 de mar. de 2010

Menino

Vamos meu menino;
Enxugue suas lágrimas 
E me dê suas mãos
Me siga, tenho um presente pra você

Vamos meu menino.
Não chore mais.
Sorria e olhe pra mim.

A vida vai passar,
venha ver seu presente.
Me dê suas mãos.
Ponha suas mãos em mim
E sinta

Vamos meu menino
Não chore mais
Te dei meu presente.
Sinta-o pulsando sob meu peito.
Vamos meu menino, seque suas lágrimas
Seu presente pulsa
Por ti.

3 de mar. de 2010

Agradecimento

Peço licença para que possa prestar agradecimentos a alguns amigos que tanto me ajudam ao longo da vida.


A Deus que me dá e  sempre me deu oportunidades de melhorar e agradecer, de receber e doar. Obrigado.


Ao meu Anjo de Guarda, que nunca sai do meu lado, me protegendo, me guiando  e acompanhando a todo momento.


A Pai Chico, agradeço as palavras doces e por me ensinar que derramar lágrimas não é sempre um bom negócio.


A Pai Joaquim de Angola, meu muito obrigado por me lembrar que existem pessoas que me amam e que ficam felizes em me ver sorrir, mesmo que eu não as sintas as vezes.


A Vovó Benedita, que me ampara sempre com sua luz, me guia e me mostra que ainda preciso aprender sempre, sempre mais e mais.


A Pai Mané, obrigado por me acalentar quando meu coração estava acelerado e angustiado.


A Pai Benedito, pelas palavras doces e pelo carinho, pela sabedoria e força.


A Vovó Catarina, que secou minhas lágrimas e me consolou quando eu me sentia sozinho.


A Cigana Madalena, que me ajudou a juntar os cacos do meu coração quando quebraram ele, que me ajuda sempre a encontrar meu equilíbrio.


Maria Mulambo, seu sorriso me contagia e cuida dos meus passos; obrigado.


Maria Rubra, liberdade não se consegue no grito, obrigado por me lembrar disso e pelos puxões de orelha.


Exu Sete Porteiras, obrigado pelo incentivo.


Exu Tranca Ruas, obrigado pelas palavras amigas, pelos ensinamentos e ajuda constante.


Vovô José, pela saúde, obrigado sempre.


Vovó Cambinda, obrigado pela proteção e sabedoria que compartilha comigo.


Cigana da Estrada, obrigado pelas palavras alegres, gentis e pelas lembranças !


Maria Padilha, obrigado pelos votos de felicidade e pelas palavras sábias.

Exu Tiriri, o que seria do meu desdobramento sem a sua proteção. Obrigado

Caboclo Pena Branca, obrigado pela proteção na hora em que mais nada eu conseguia fazer além de chorar.


Caboclo Uirapuru obrigado plos ensinamentos; oração no lugar de preocupação.


Caboclo Tupiajara, pelos abraços fortes e ensinamentos que jamais esqueço.


Caboclo Pantera, obrigado pelas explicações de coisas que eu demoraria muito pra entender sem sua ajuda.


Vovó Joaquinam obrigado por me ajudar sempre, por sempre ter um abraço pra me dar e sempre me ajudar a descendar segredos antigos, enterrados dentro de mim.


Malandra Rosa, por se disponibilizar sempre a me ajudar.


Caboclo Girassol, pelas palavras certas, nas horas certas.


e a todos os outros amigos, meu muito obrigado por qualquer coisa, por toda ajuda, por toda força, por toda graça e companhia !

17 de jan. de 2010

Queda D'Água

Passando pela estrada retilínea e extremamente longa, eu observava algumas quedas de água que cortavam a densa mata que cobria o chão da serra, acima haviam nuvens baixas que cobriam seus picos. Enfim, as cachoeiras me faziam lembrar de mim mesmo e viajar pra dentro de minhas próprias lembranças.
Do alto das pedras a água descia veloz e hora ou outra se chocava com alguma pedra e a pequena nuvem esbranquiçada se formava ao redor da mesma. Vez ou outra eu quebrava a cara com alguém ou alguma idéia mal sucedida, eu partia e formava nuvens pequenas também e logo depois já me regenerava num poço por perto, intacto e transparente.
A velocidade aumentara e mais rápido eu percorria a estrada.
Outras visãos de outras quedas de água eu tinha, cada uma com sua particularidade.
Vi uma em que a água apenas contornava as pedras diante de uma pequena queda. Eu na maioria das vezes contornava meus problemas como forma de enfrentá-los e resolvê-los; assim eu fazia. A árvore com flores em sua copa dava o tom de alegria ali por perto, sutil e alegre. Tão natural.
Uma outra logo ali tão alta, lembrava meus momentos de liberdade em que subia bem alto e o som que a queda fazia era harmônico; o próprio grito de liberdade que muitos desejam dar. Com frequência eu o fazia.
Bem vindo a cidade, dizia a placa. Dos meus pensamentos eu fora arrancado e trazido a realidade.
Não adiantava disfarçar, o sorriso em meu rosto era evidente, assim como o rio que se entregava ao mar.

13 de jan. de 2010

Doce Abraço

De perto agora seus olhos me encaravam.
Durante toda minha vida me falaramsobre como seria quando ela se aproximasse de mim. Falavam que um frio indomável se apossaria de meu corpo. E agora eu conseguia olhá-la de perto e não sentia medo de nada.
Meu corpo se esquecera do frio que me avisaram...
Eu sorria de leve apesar do cansaço e da força que fazia pra conseguir manter o ar em meus pulmões.
Acho que suas mãos tocaram as minhas finalmente, não eram quentes e nem geladas; ou eu não tinha mais sensação nenhuma. Com certo cuidado chegou mais perto e envolveu meu corpo num só abraço e juntos estávamos. O dia ainda estava claro, mas a noite descia com certa rapidez e eu ali sozinho com ela cada vez mais perto sem que houvesse reação nenhuma de meu corpo ou sequer de minha mente, eu já havia me conformado com minha condição dali pra frente, ela me conduziria.
Meus movimentos que ainda restavam, deixei-os pra trás e deixei que me levasse consigo.
Num abraço eterno com agora minha companheira, meus olhos despediram-se da luz e se fecharam.

Mina mão já não mais trêmula agora, parada, gélida e solitária encostara no chão sem vida.

7 de jan. de 2010

Amigo Virtual - final

O sol despertava já cedo e clareava a beira mar muito cedo. Na cama perto da janela eu acordava com a luz acariciando meu rosto. Tomara meu café bem cedo pensando em aproveitar o dia desde logo cedo.
Fui caminhando em direção a praia e sentindo em meus pés a areia fina que o mar deixa na costa. Por diversas vezes eu me deixei levar pelos pensamentos da noite anterior, como numa fábula infantil, pensei em colocar uma carta na garrafa de vidro com destino ao meu amigo e jogar no mar... ele assim como eu morava na serra e nunca que a carta chegaria a ele, mesmo que morasse perto do mar. Eram quilômetros de distância que nos separavam um do outro e agora mais ainda, longe do meu mundo virtual a única coisa dele a qual eu tinha acesso, era em minha memória; suas fotos, palavras...
Além dos meus sonhos, quando eu tivesse acordado, podia pensar nele sempre que quisesse.
Comecei a sentir muita falta de tudo, da casa, da comida, da cama, do mundo virtual, dele; principalmente dele. Ficar sem me comunicar com ele, sem saber que ele estava pelo menos ali comigo me deixava um tanto ansioso para chegar logo e conversar ao menos um pouquinho e saber que naquele momento, sua atenção era minha. Ao chegar em casa novamente e me deitar pra descansar e ouvir música meus olhos se fecharam num mundo apenas de imagens e palavras, fotos...
Apenas fotos.
Os dias foram se passando e a semana acabando, dando lugar ao dia de volta pra casa. Confesso que fiquei feliz em ter de volta toda minha vida real e virtual de novo.Ao chegar em casa, tomei um banho e coloquei uma roupa leve.
Na ponta dos meus dedos estavam as teclas e a vontade de me comunicar novamente, em clique e uma mensagem; estávamos juntos novamente. 

Amigo Virtual

Enquanto eu descia a serra pra passar as férias na praia, eu imaginava que meu mundo virtual e meus amigos que lá estavam ficariam no alto da serra, na minha casa e desligados no meu computador. E de certa forma ficaram; com exceção de um.
Eu lembrara que um deles em especial me disse certa vez que queria muito ir à praia e sendo coincidência ou não, ele era o que mais e chamava a atenção, aliás, era o único. Seu rosto de bebê e seu cabelo cacheado me encantavam de uma forma diferente. Eu gostava.
Nos últimos dias nos falamos mais e nos aproximamos. Eu sentia vontade de largar minha cidade e ir correndo até onde ele mora e abraçar bem apertado, matar a vontade que começava a me sufocar já.
Sentado na beira de uma praia pouco visitada com um sol não muito forte, mas o suficiente pra aquecer o corpo, o mar molhava meus pés com o vai e vem das ondas. Levantei-me e caminhei em direção a casa onde eu estava hospedado.
O sol já havia cedido o seu lugar pra lua no céu e anoitecera rapidamente; eu me pus a dormir pois o dia me deixara cansado, era uma tarde de férias, mas a água do mar me exigiu bastante energia.
Já deitado na cama, o cansaço quase me vencia e ele me veio a cabeça, um sorriso saltou de meus lábios e meus olhos pesados se fecharam.
A última imagem antes de dormir que eu me lembro era a primeira foto sua que vi. Antes que meu corpo realmente relaxasse e entrasse em sono profundo, imaginei como seria seu abraço...
Suspirei.
                                     [continua]