5 de dez. de 2009

Funeral


Amélia estava lá, na beira do caixão e segurava o choro.
O funeral estava vazio, mas ela ainda permanecia lá.
Ela desmoronava por dentro; ele foi seu único amor.
E agora estava lá, pálido e frio; sua boca rosada agora estava roxa.
Amélia observava-o. Contida em seu sofrimento, observava-o.
Seu desejo era que fosse apenas o pior pesadelo de sua vida e que mais tarde ele fosse acordá-la com um beijo e abraçá-la dizendo:
- Foi só um pesadelo amor.
Seguido de um abraço forte e carinhoso.
A amiga chegara e tinha nas mãos um flor branca, deixaou na beira do caixão e abraçou Amélia, que sem conseguir conter o choro deixou que as lágrimas lavassem seu rosto.
Amanheceu e era um novo dia. Ela passou a noite em claro e amiga toamava conta de cada choro, de cada espasmo, de cada suspiro mais longo e triste dela.
Ela conversou com a amiga.
Suas palavras foram simples e claras.
-Ele estava aqui, agora pouco. Mas não está mais.
Seus olhos se fecharam, suas lágrimas desceram e o caixão; à terra desceu.

2 comentários:

dand disse...

...a morte é sempre muito dolorosa, uma separação irreparável. Mas acredito que a dor mais intensa é os dias seguintes, o mês que segue com a ausência. No inicio o sentimento está muito vivo ainda, e com o tempo vira uma singela lembrança. Isso tudo pra mim é profundamente triste.

Unknown disse...

Muito legal seu blog... amei o que li. Parabéns de verdade.