4 de dez. de 2009

Flores molhadas.


Decidiu que iria mudar.
Começou pelo shampoo que usava em seu cabelo. Não sei o que pensava na hora, mas de fato, essa já era uma mudança.
Sua vida estava virada.
Sentia necessidades, desejos, alegrias, tristezas... enfim, tudo se misturava em meio a multidão que perto dele passava.
O que seria de sua vida depois que tudo isso se resolvesse ? Era uma dúvida no mínimo estranha, ele queria que tudo tivesse um fim, mas não sabia que fim poderia ser. No fundo, tinha medo.
Precisava de alguém que pudesse ouví-lo. Por um momento passou em sua cabeça uma antiga paixão, foi rápido o suficiente pra tirar daqueles lábios trêmulos um sorriso leve, sincero.
O relógio antigo da matriz que estava perto marcava a sétima badalada das dez da noite. Uma fina chuva caía.
Esfriava a ponto de seus dedos começarem a ficar dormentes, mas não incomodava-o.
Sua mente viajava, volta e meia olhava em direção ao futuro que não sabia qual era; seus olhos distantes pareciam querer desabar em lágrimas que se misturariam a água da chuva que escorria de seus cabelos loiros. Pareciam apenas, se manteve firme e engoliu um choro solitário.
Se sentia corroer por dentro.
Correu em direção a praça vazia, sentou-se ao lado de um pequeno jardim com flores amarelas que com a luz branca que iluminava o local, refletiam pequenos raios de luz nas gotas de água sobre suas pétalas delicadas.
Observara atentamente enquanto a fina chuva caía e sorriu.
Num gesto singelo e calmo, levantou-se e foi embora.

2 comentários:

Anônimo disse...

Voce escreve maravilhosamente bem. E a partir de hoje, estarei sempre visitando o seu blog, para ter o prazer, de ler essas obras primas.

Anônimo disse...

Ainda bem que existe o sol..pra secar as flores molhadas...o que seria de mim sem o sol..(D)