29 de nov. de 2009

Publicação da perda de razão


Em vão tentei juntar os pedaços do vidro quebrado que jogara no chão minutos antes de alguém deixar a sala vazia.
Pensei ser o pior pesadelo que eu já tivera; mas não era.
Realmente estivera ali e se fora logo depois. Me senti estranho, com um misto de alívio e tristeza invadindo meu coração.
Lágrimas me lavaram a face e tentei secá-las; ao menos nisso obtive sucesso.
Sentei rapidamente e quando me levantei-me percebi que meu coração estava pulsando mais rápido, de um jeito que eu jamais havia percebido antes. Pensei em sair correndo rua afora.
Desisti.
Coloquei certa quantidade de vinho branco francês em uma taça, mas não bebi. Ali ela ficou, estagnada em cima da mesinha de centro que ornamentava a sala pequena.
A noite passou, senti que o vento frio entrava pela janela e sacudia as cortinas azuis do meu quarto.
A exaustão me tomou por completo e deitei na cama vazia e fria, adormeci, acordei um pouco tarde no outro dia e tentava recuperar em minha mente o que havia acontecido na noite passada. Tive dificuldade em separar realidade e fantasia; fantasia... melhor dizendo, dificuldade em encarar a realidade.
Foram dias longos desde que eu presenciara a sua partida.
Algumas semanas se passaram eu me sentia melhor, não tanto quanto preferiria estar, mas me sentia bem o suficiente para não ficarm em casa trancado no quarto lendo livros de auto-ajuda. No fundo eu sabia que podia ser feliz em algum momento. Toda vez que eu lembrava daquela noite um frio me descia por todo o corpo, por isso eu preferi esquecer, por opção mesmo. Senti que uma tontura me tomava o corpo, aos poucos era como se eu tomasse posse do meu consciente. Mas não me lembrava de tê-la perdido na noite passada.
Eu não sabia o que era... não sabia quem eu era...
Não sei quem sou.

Um comentário:

Anônimo disse...

Intensoo...Já me senti assim...mas o tempo é o tempo.

(Dand)